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Retrospectiva 2013

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Eis que chegamos ao fim de mais um ano. E o momento é de pura reflexão, de avaliar os erros e os acertos. Afinal, não há como não se arrepender de ter visto determinados filmes, bem como comemorar as ocasiões em que me vi totalmente tocado por uma história simplesmente incrível. Sim, aquelas três horas de “Os Miseráveis” foram uma tortura que nunca devem ser revisitadas, mas nada que não tenha sido compensado por aquelas lágrimas de Jessica Chastain ao final de “A Hora Mais Escura”, toda aquela poesia viva em “As Sessões” ou aquele último ato de “Killer Joe – Matador de Aluguel”, que mostra o quão perturbados podemos ser.

A retrospectiva, no entanto, não foi feita para compartilhar esses devaneios particulares, mas para eternizar no Cine Resenhas os acontecimentos que marcaram o cinema em 2013. Não poderiam escapar as premiações e os resultados que amamos reclamar, as pessoas que nos marcaram ou que partiram para sempre e algumas tendências que podem ditar o que o próximo ano pode nos reservar.

Desejamos a todos os leitores um excelente ano novo. Não deixem de voltar aqui em 2014, viu?

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70º GLOBO DE OURO

Tommy Lee Jones Golden GlobesTommy Lee Jones feliz como se não houvesse amanhã.

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Eis que os responsáveis pelo Globo de Ouro finalmente acertaram em sua mais recente edição. Além de ter subido a audiência e a qualidade das gracinhas ao convocarem as fantásticas Tina Fey e Amy Poehler para apresentarem o show (as comediantes já foram confirmadas como hosts na edição do ano que vem), não houve a presença de filmes ou celebridades que faziam crescer a forte impressão de farsa que sempre rodeou o evento – para quem não lembra, ano retrasado o remake “O Turista” fisgou de modo suspeito indicações na categoria de Melhor Filme – Comédia e Musical, Melhor Ator (Johnny Depp) e Melhor Atriz (Angelina Jolie). Foi uma rara ocasião em que os vencedores casaram com aqueles anunciados no Oscar, mas ainda assim o Globo de Ouro conferiu reconhecimento merecido ao trabalho da atriz Jessica Chastain em “A Hora Mais Escura” e do ator Hugh Jackman em “Os Miseráveis”, uma das poucas coisas a saírem ilesas desse musical horrendo. Já divulgada, a lista de indicados ao Globo de Ouro 2014 prova que a Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood voltou a trilhar um caminho certo e respeitável.

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85º OSCAR

Jennifer Lawrence Falls at OscarsJennifer Lawrence vence o Oscar de Melhor Atriz, mas quem comemora é Quvenzhané Wallis – pronuncia-se “quan-vem-je-ney”, mané!

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Fazia tempo que os membros da Academia não se viam em uma barca furada. Quando os indicados ao Oscar 2013 foram divulgados, “Argo” cresceu diante do público e da crítica de modo inesperado. O único detalhe é que o nome de Ben Affleck não foi mencionado na categoria de Melhor Diretor. É um fenômeno estranho, pois todas as premiações americanas de cinema buscam dar crédito ao trabalho de um diretor cujo filme está entre os favoritos. Era tarde demais para rever a decisão e a atitude tomada foi dividir as estatuetas em quantidades quase inexpressivas. No fim das contas, “Argo” se deu bem em apenas três categorias: Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Montagem. Recordista em vitórias, “As Aventuras de Pi” conquistou quatro Oscars, o que incluiu um reconhecimento para lá de surpreendente para Ang Lee. Triste foi o caso de “A Hora Mais Escura”. Melhor e mais importante filme entre os indicados, “A Hora Mais Escura” teve de se contentar com uma mera vitória em Melhor Edição de Som. Detalhe: o prêmio foi dividido com os profissionais de “007 – Operação Skyfall”.

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66º FESTIVAL DE CANNES

 Carey Mulligan and Justin Timberlake at CannesCarey Mulligan e Justin Timberlake tirando onda com os franceses.

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Com a ausência de Ben Affleck na seleção dos melhores diretores no Oscar 2013, era certa a consagração de Steven Spielberg com o seu “Lincoln”. Não foi bem o que aconteceu. Apesar do balde de água fria, Spielberg foi convocado na sequência para assumir a direção do júri do Festival de Cannes neste ano – até trouxe a bordo Ang Lee, justamente o sujeito que levou a estatueta de Melhor Diretor no Oscar. Visto os filmes esquálidos que vêm dirigindo nos últimos anos, foi uma agradável surpresa que Spielberg tenha dado a Palma de Ouro justamente para “Azul é a Cor Mais Quente”, um drama romântico lésbico contemporâneo e impactante no modo como constrói e destrói um relacionamento. E o reconhecimento fez nascer um fenômeno inédito em Cannes: além do filme, um prêmio especial foi dado ao diretor Abdellatif Kechiche e as atrizes Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux. “Um momento de breve felicidade diante do inferno que viria”, teria dito Kechiche: após os louros em Cannes, o diretor driblaria com a estrela Léa Seydoux uma série de discussões amplamente cobertas pela imprensa que só fez aumentar a curiosidade em torno de “Azul é a Cor Mais Quente”.

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O FRACASSO DE “O CAVALEIRO SOLITÁRIO”

Johnny Depp falls in The Lone RangerSim, Johnny Depp quase morreu no set de filmagens.

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Ao contrário do que se supõe, o fracasso comercial de “O Cavaleiro Solitário”, filme que ao todo custou 500 milhões de dólares e que faturou metade disso, não deveria ser apenas um mero item a figurar em um relatório sobre os filmes que não obteram um bom desempenho nas bilheterias. É um acontecimento que definitivamente mudará o jogo de como produzir um blockbuster. Midas dos filmes pipoca, Jerry Bruckheimer iniciou a carreira como produtor dando passos pequenos, o que lhe garantiu muita grana ao viabilizar filmes independentes como “Flashdance” e “Um Tira da Pesada”. Atualmente, Bruckheimer tem o seu nome envolvido nas produções mais caras do momento, mas só vem garantindo sucesso estrondoso com a franquia “Piratas do Caribe”. Pois nem Jack Sparrow consegue se livrar de todas as ameaças, uma vez que os números risíveis de “O Cavaleiro Solitário” fizeram com que Bruckheimer perdesse todo o seu prestígio diante dos donos do cofre da Disney. “Piratas do Caribe 5” irá acontecer, não tenha dúvidas, mas “O Cavaleiro Solitário” deixou uma mancha tão negra em 2013 que a partir de agora os lemas dos “poderosos chefões” serão cortar custos e não seguir com qualquer projeto que ameace ser um risco difícil de ser contornado.

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VETERANOS VOLTAM AO PASSADO

TwixtUm gorducho Val Kilmer e Elle Fanning mostram o que é terror de verdade em “Virginia”.

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Lançados neste ano no Brasil ou ainda inéditos por aqui, alguns títulos de grandes cineastas retomaram uma tendência curiosa: a volta às origens. Dirigido por Pedro Almodóvar, “Os Amantes Passageiros” traz o espanhol revendo o início cômico de sua carreira após duas décadas lidando com projetos de grande densidade. Adiado para o ano que vem, “Passion” mostra Brian De Palma emulando a si mesmo ao adicionar em sua história os elementos que o tornaram um mestre do suspense: surrealismo, duplicidade, erotismo e o uso de técnicas como o split-screen. Mais dois cineastas com obras ainda inéditas no país que relembraram com carinho suas origens soturnas são Neil Jordan e Francis Ford Coppola, respectivamente por “Byzantium” (uma história de vampiros) e “Virgínia” (um mistério de horror com direito a presença de Edgar Allan Poe). Até mesmo William Friedkin parece reviver os seus anos mais rebeldes com “Killer Joe – Matador de Aluguel”. O que todos os títulos apontados têm em comum além da nostalgia e dos grandes realizadores que os conceberam? Ninguém foi vê-los nos cinemas. Estaria o público de hoje desinteressado por essas experiências que revivem os ápices das artes particulares de cada um desses cineastas?

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MULHERES EM AÇÃO

The HeatSandra Bullock e Melissa McCarthy mostram quem manda na parada.

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Uma das coisas mais absurdas que ocorrem em Hollywood é a falta de confiança nas mulheres como protagonistas de fitas geralmente protagonizadas por homens. Com exceção de Angelina Jolie e Milla Jovovich, nenhuma outra atriz foi capaz de tornar um sucesso suas empreitadas em projetos que exigem muita adrenalina. Felizmente, isso mudou em 2013. Isso se deve a um fator muito importante: o modo como a ação é conduzida através de uma narrativa. Sandra Bullock quebrou inúmeros paradigmas ao estampar o seu nome no topo dos créditos de dois filmes: “Gravidade” e “As Bem-Armadas”. Na ficção de Alfonso Cuarón, sua personagem, Ryan, toma a frente de uma missão no espaço quando ela já não pode ser conduzida por George Clooney. Já na comédia de ação em que divide a cena com Melissa McCarthy, há a velha história de dois agentes da lei que não se dão muito bem, mas agora representados por duas mulheres fantásticas na arte de fazer rir. Jennifer Lawrence também entra nessa ala ao dar continuidade à franquia “Jogos Vorazes”, onde será representada como líder de uma revolução decisiva. Também não podemos nos esquecer de Jessica Chastain em “A Hora Mais Escura”. Rara presença feminina em uma história cercada por soldados e burocratas, Chastain prova que não será apenas a força bruta que irá assegurar a captura de ninguém menos que Osama Bin Laden. Que Sylvester Stallone e sua trupe tomem muito cuidado.

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.O ANO FOI DE J-LAW

Jennifer Lawrece is coolSim, nós já sabemos, Jennifer.

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Há muito que Hollywood solicita aos deuses cinéfilos que alguém promissor cruze o seu caminho. Hoje já consagrados ou pagando caro pelos seus erros profissionais e pessoais, nomes como Brad Pitt, Johnny Depp, Winona Ryder e Macaulay Culkin foram talentos que estouraram na infância ou adolescência. Havia expectativa que esses astros jovens dos anos 1980 e 1990 ganhassem representantes à altura neste século ainda novo, mas tudo não passou de promessas que não se cumpriram. Antes queridinhas, as agora bagaceiras Lindsay Lohan e Amanda Bynes são alguns exemplos de talentos que pisaram na bola. Somente Anne Hathaway, que ganhou este ano um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “Os Miseráveis”, saiu do mundo encantado da Disney e fez uma carreira digna. Tudo isso para dizer que Jennifer Lawrence é o destaque do ano porque é a jovem mais poderosa em Hollywood. Mesmo com o Oscar por “O Lado Bom da Vida” e vários sucessos consecutivos de bilheteria, Lawrence se porta como uma verdadeira estrela ao mostrar ser dona de um carisma que definitivamente encanta a todos.

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 R.I.P.

Lawrence of Arabia

O grande Peter O’ Toole em “Lawrence da Arábia”.

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Na mesma proporção que novos artistas se apresentam no cinema mundial, outras se despedem. Alguns de modo natural. Outros, de modo trágico. Protagonista da franquia “Velozes e Furiosos”, Paul Walker sofreu um acidente automobilístico grave antes que pudesse finalizar as filmagens de “Velozes e Furiosos 7”. Outro que partiu cedo foi o astro da série “Glee” Cory Monteith, que não resistiu após consumir uma mistura de bebidas alcóolicas com heroína. Também não podemos nos esquecer do veterano Peter O’ Toole, oito vezes indicado ao Oscar (recebeu um honorário dez anos atrás) e também a musa Esther Williams, que saiu das piscinas para mergulhar no mundo do cinema. Outras perdas sentidas: James Gandolfini, que antes de morrer de ataque cardíacio nos deixou uma interpretação emocionante em “À Procura do Amor”; Harry Reems, que ficou marcado negativamente para o resto de sua vida após participar de “Garganta Profunda”; Karen Black, que teve o privilégio de estrelar o último filme de Alfred Hitchcock, “Trama Macabra”; Wojciech Kilar, que fez as músicas extraordinárias de “Drácula de Bram Stoker”, “Retrato de Uma Mulher” e “O Pianista” e Besedka Johnson, que provou ser uma grande atriz aos 85 anos em seu primeiro e último papel no cinema em “Uma Estranha Amizade”.

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BLOCKBUSTER CHEGA AO FIM

VHS TrackingRebobine, por favor.

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Até dez anos atrás, as vídeo-locadoras eram as melhores opções para quem buscava por um entretenimento barato. O aluguel de filmes e games era o que garantia a felicidade de muitos adolescentes e famílias nos finais de semana, sempre se tornando uma opção para quem nem sempre podia arcar com as despesas de ir ao cinema. Com o advento do DVD, esse cenário mudou. Embora o formato tenha chegado no mercado ainda nos anos 1990, foi apenas na década passada que ele ganhou força ao ponto de tornar o VHS obsoleto. Não há dúvidas de que o DVD abriga muitas virtudes, mas sua tecnologia colaborou para a ruína do homevideo. O DVD é fácil de ser pirateado e a sua comercialização ilegal se transformou no modo de sustento de muita gente excluída do mercado de trabalho. Tudo piorou quando a Internet se tornou item indispensável na residência das famílias brasileiras, possibilitando o download gratuito de filmes de qualquer ano e país. As vídeo-locadoras não iriam suportar por muito tempo e a Blockbuster americana, até então a rede mais poderosa de homevideo, declarou em novembro que fechará todas as suas portas. Já no Brasil, a Blockbuster ainda conta com 160 unidades, mas elas só sobrevivem porque são sustentadas pelo mesmo grupo responsável pelas Lojas Americanas – atualmente, os dois estabelecimentos dividem o mesmo espaço físico em vários municípios do pais. Fim de uma era.

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VIVA O CINEMA BRASILEIRO!

Minha Mãe é Uma PeçaO fantástico Paulo Gustavo assume o topo dos mais vistos com “Minha Mãe é uma Peça – O Filme”.

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2013 definitivamente foi um dos melhores anos para o cinema brasileiro desde a Retomada. Nunca tivemos tantos filmes lançados (estima-se que 115 títulos foram exibidos nos cinemas ao longo do ano) e batemos recorde de faturamento (256 milhões contra os 157 milhões do ano passado). Uma análise mais profunda aponta que grande porcentagem desses números foram garantidos por produções de humor popular, mas é um erro repetir o discurso amargo de vários analistas. Afinal, os dois maiores sucessos do ano, “Minha Mãe é uma Peça – O Filme” e “Vai que dá Certo”, foram certeiros ao fazer humor com temas muito presentes na vida do brasileiro comum, encontrando na empatia e graça os ingredientes secretos para conquistar o público. Culpar os filmes com o selo Globo Filmes por ocupar grande fatia do mercado agora é coisa do passado, como provaram os estrondos provodados por filmes que surpreenderam ao atrair um número expressivo de espectadores. Dado o circuito restrito, “O Som ao Redor” não apenas lotou sessões em festivais nacionais como vendeu mais de 90 mil ingressos durante sua passagem pelo circuito comercial. O resultado dessa boa acolhida foi a oportunidade de disputar uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no próximo Oscar. Até mesmo o documentário “Elena” se saiu perfeitamente bem, tendo ultrapassado a marca de 40 mil espectadores, um número impressionante para um filme de não-ficção. Que esse progresso não seja interrompido em 2014.


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